Quando começamos nosso projeto para realizar inspeções finais, de forma terceirizada, para nossos clientes, sabíamos que nosso desafio ia além do impacto inicial que os fabricantes teriam com a nova realidade.
Vamos lá, nós também já fomos uma fábrica Private Label! Por isso queríamos ir além, queríamos ser uma empresa que realizasse as inspeções finais, mas que oferecesse informações importantes para os fabricantes sobre os produtos que vinham entregando.
Nosso respeito pelas fábricas foi se desenhando, através da nossa ferramenta de trabalho, pois criamos um ambiente digital que transforma os dados coletados nas inspeções finais em informações. Finalmente o fabricante poderia, em tempo real, receber um laudo de inspeção com estatísticas imediatas do produto, e ainda acumular dados para realizar análises semanais, mensais, anuais, etc., identificar as principais causas dos defeitos que chegam nas inspeções finais e usá-las para criar melhorias, comparando os resultados de tempos em tempos.
Mas ainda assim, temos um compromisso maior, temos um propósito de elevar a qualidade dentro das confecções brasileiras. Desde o início nós sabíamos que o resultado final, aquele que verificamos nas inspeções finais, é garantido com melhoria contínua de processo. Nós já sabíamos disso, e talvez até você lendo esse texto também já sabe. Então, por que mesmo sabendo que esse é o caminho, essa forma de pensar ainda não está tão disseminada no formato de trabalho de muitas fábricas desse setor???
Vamos primeiro entender que melhoria contínua de processo não é criar “uma saída” momentânea, por exemplo, se em uma produção existe um problema que gera defeitos de forma recorrente, normalmente se monta uma linha de conserto, quando o que deveria ser feito é eliminar a causa geradora dos defeitos. Se tenho problema com “furo de agulha” não vou criar uma linha para “consertar os furos”, vou eliminar a causa começando por trocar as agulhas, regular as máquinas… enfim, atuar na causa e não na consequência.
Os gestores (desde as facções terceirizadas) precisam mudar sua forma de “pensar reativo” sobre a qualidade. É preciso garantir a qualidade final acompanhando a produção, agindo sobre os problemas, registrando as ações e gerenciando os resultados. Deming, na sua frase revolucionário dos nos anos 50 (leia de novo, anos 50), já nos lembrava da importância de se ter medidores e GERENCIÁ-LOS
“Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia.” William Edwards Deming
Eu diria mais, o gerenciamento da qualidade precisa ser livre! Guarde essa ideia. Mas… isso é assunto para outro texto.
E quando finalmente isso acontecer, aquele projeto de coletar dados, transformá-los em informações que serão traduzidas em melhorias, será um verdadeiro “ciclo virtuoso”!
Por Boby Loureiro