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O que é defeito e como classificar

Na indústria têxtil da confecção, como já mencionado por aqui, usamos a NBR 5426 para determinar as peças-chave para o Controle de Qualidade como: Nível de Qualidade Aceitável (NQA), plano de amostragem e Nível de Inspeção. E é também por essa normativa que seguimos os conceitos para a classificação de defeitos.

Vale ressaltar que a idealização de uma produção “zero defeitos” é uma abordagem que faz parte dos princípios da qualidade, porém sabendo da dinâmica dos processos e a importância de melhora-los, a definição de defeito assim como trata-lo e resolve-lo fazem parte também dessa idealização. Afinal, é preciso reconhecer os problemas para evoluir uma melhoria efetiva. Mas então…

O que é defeito?

Defeito é a falta de conformidade a qualquer dos requisitos especificados para o produto, ou seja, na confecção podemos dizer que tudo o que estiver diferente ao aprovado numa peça piloto ou diferente da ficha técnica, excedendo a tolerância, é considerado defeito.

Os defeitos poderão ser agrupados em uma ou mais classes e poderão ter outros desdobramentos em subclasses. Um exemplo para a confecção têxtil é classificar os defeitos entre dimensionais e visuais. E ainda por categorias que representem os processos como: tecido, costura, lavanderia, estamparia e etc. Essa classificação é primordial para o Controle de Qualidade seja ele terceirizado ou interno, uma vez que é a quantidade de defeitos, associadas às outras regras, que determinam se um lote é ou não aceitável.

Classificar os defeitos e conseguir uma compilação dos dados é também primordial para ações gerencias de identificações das causas e resolução dos problemas, nas diferentes fases do processo produtivo.

A classificação segundo a NBR 5426 pode ser dada da seguinte maneira:

Defeito Crítico

Defeito que pode produzir condições perigosas ou inseguras para quem usa ou mantém o produto. É também o defeito que pode impedir o funcionamento ou desempenho de uma função importante de um produto mais complexo. No têxtil podemos, ainda, incluir como crítico aqueles defeitos que geram penalizações como por exemplo: as informações de cuidados/lavagem do produto que compõe a etiqueta e que deve seguir um padrão determinado por lei.

Outros exemplos de defeitos críticos: insumo/aviamento danificado que compromete o uso adequado ou que possa machucar ao usar o produto. Botão quebrado, zíper danificado e etc.

Defeito Grave (maior)

Defeito que pode resultar em falha ou reduzir a utilidade do produto para o fim a que se destina. São defeitos que afetam e, de certa forma, denigrem a imagem de quem comercializará esse produto. Na confecção podemos ainda identificar como defeitos maiores aqueles que estão em áreas de mais destaque na peça, por exemplo a parte frontal e superior de uma camiseta.

Defeito tolerável (menor)

Defeito que não influi no uso efetivo do produto ou sua operação. Na confecção podemos ainda identificar como defeitos menores aqueles que estão em áreas de menor destaque na peça, por exemplo a parte de trás e inferior de uma camiseta.

Nessa classificação de Defeitos Maiores e Menores, é possível que o mesmo defeito em diferentes partes de uma peça seja classificado de maneira diferente. Isso quer dizer que uma mancha, por exemplo, seja um defeito maior se localizado no busto ou um defeito menor se localizado na barra traseira de uma camiseta.

Salientamos que a classificação de defeitos, e todas as demais regras que farão um lote ser aceitável ou não, devem ser realistas ao produto e ao valor do mesmo, não o custo em si, mas o valor percebido, ou seja, o custo benefício que irá satisfazer o público ao qual se destina o produto, e isso pode ser distinto inclusive entre marcas do mesmo grupo empresarial. Assim poderemos classifica-los, acompanha-los e trata-los com o critério apropriado.

O maior desafio na indústria da confecção ao que se refere a tratativa do defeito, é manter uma padronização, ou seja, criar o critério de avaliação do defeito e fazer com que TODOS, ao encontrar o problema usem o mesmo critério. Por mais que os manuais existam, na prática a consulta ao mesmo é praticamente inviável, visto o dinamismo do processo produtivo e todas as etapas do mesmo.

Foi pensando nisso que incluímos em nossos sistemas uma classificação padrão, ou seja, o inspetor ao encontrar o defeito e pontuá-lo saberá o que foi pré-definido, evitando assim inconsistência nos apontamentos gerando uma informação mais confiável. Os sistemas contemplam, inclusive, a possibilidade de tratar cada marca com diferente critério de classificação.

Quando usamos essa padronização em nosso serviço de Controle de Qualidade Terceirizado, queremos garantir que um mesmo defeito de uma mesma marca, quando encontrado, seja pontuado pelos nossos inspetores da mesma forma, independente de quem seja o cliente, o fornecedor ou o executar da inspeção. Isolamos a possibilidade de diferentes interpretações do inspetor e asseguramos sua consistência, haja visto que cada cliente tenha sua própria classificação de defeito.

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